UM POUCO DE DIGNIDADE
Prof. Mestre Ivalcy Thomaz
A quatro séculos antes de Cristo, Aristóteles declarava a
importância do homem se definir como espécie vivendo em sociedade, traduzida na
frase “O HOMEM É UM ANIMAL SOCIAL”. Isso
porque diferentemente de todos os outros animais, que trazem consigo uma
ferramenta de defesa no seu físico, o aspecto social é a melhor maneira do
homem garantir sua sobrevivência. Mas a sobrevivência humana está diretamente
ligada a sua inteligência. Por ser um
animal inteligente, ele percebeu desde cedo à necessidade de criar regras para
regular as relações interpessoais. Através dessas regras se afasta o risco de
se viver em conflitos e cada um passa a saber o que e como cada um deve agir na sociedade.
Fazendo um exercício mental, imagine-se os primeiros
humanóides, como seria o relacionamento, sob que parâmetros a convivência se
daria? Logicamente, sob a falta de regra os laços se manteriam com base na
força. Mas, esse laço é muito tênue, pois a força é provisória e tende a
escapar por diversos motivos. Aqui surge
a moral, regras de comportamentos que definem o agir correto em relação a
valores estabelecidos pelo grupo. Deste ponto de vista, a moral é meio mais
antigo pelo qual os homens guardam comprometimento em observar o comportamento
adequado.
A disciplina que veio a estudar a moral é chamada de Ética.
A moral é assim o objeto de estudo da Ética e essa última tem identidade e data
para o seu surgimento, ela surge com os filósofos gregos, que não queriam
apenas saber o comportamento prático do homem, mas se colocavam que valores
humanos são desejáveis de serem praticados em todo tempo e lugar. Assim se
apresentando Ética e Moral apesar de serem
tomadas indistintamente, são palavras com conteúdo diferente.
Enquanto, a Ética se preocupa em estabelecer princípios pertinentes para uma
convivência sadia e racional, a moral é o comportamento prático do homem com
relação aos valores.
Pode-se destacar alguns princípios salutares para uma
convivência saudável: a) Princípio do respeito ao espaço do outro –
considera-se como espaço natural do ser humano o seu próprio corpo e como
espaço artificial ou prolongamento do espaço natural, a sua casa e seus bens.
Sendo assim, a ninguém é permitido tocar, manipular ou bulinar o corpo de quem
quer que seja, sem que o seja permitido;
da mesma maneira invadir a casa ou tomar
posse de um bem de outrem sem que o seja
convidado; A imagem do outro é parte do seu corpo, a ninguém é permitido
bisbilhotar inventando histórias ou bisbilhotar destruíndo a reputação do
outro.
b) Princípio do respeito ao trabalho do outro – a
dignidade do homem está no serviço que ele presta ao meio social. O ambiente
organizado e limpo é fruto do esforço de alguém, que se esforça para mantê-lo
assim. Segundo o ponto de vista de que ninguém gosta de ter o seu esforço
desrespeitado, é imoral sujar ou desorganizar aquilo que está organizado.
c) Princípio dos bons costumes – A presença do outro
merece respeito. Como desejamos que
assim nos tratem devemos expressar a cordialidade para com os outros: desejar
ao primeiro encontro do dia, quando o caso for, bom dia! Boa noite! Boa tarde!
Ao adentrar um ambiente cumprimentar as pessoas que ali estejam. Pedir
“licença”. Ninguém gosta de ser tratado com grosseria, assim também não devemos
fazê-lo. O manter-se limpo e com higiene
é reconhecimento de respeito, minha imagem pode causar repugnância ou repúdio,
ofendendo aos outros que também devem se comportar de maneira higiênica e
agradável.
d) Princípio do respeito ao patrimônio público – o
espaço público é o espaço de todos nós. Ninguém deve depredar, rabiscar ou
sujar aquilo que não lhe pertence. Do contrário se fere a imagem do bem estar
que todos esperam e na qual se sentem bem em compartilhar. Alegar que é o Estado
quem vai pagar por depredações é demonstrar desconhecimento e ignorância, pois
é o dinheiro do contribuinte, do seu pai, de sua mãe, etc que sairá para repor
o que foi danificado.
O conhecimento desses princípios é sinal de civilidade. O
“Homem Selvagem” não faz conta disso. Irresponsável ele atropela a tudo e a
todos, se colocando numa situação infantil de se achar o centro de tudo.
Acredita que as regras servem apenas para os outros, que não lhe cabe
assumi-las (heteronomia). Já O “Homem Civilizado” passa a certeza da
segurança e da boa educação. Assume as regras sociais como sendo suas, pois
entende que é o melhor para a convivência social (autonomia). Conhecedor dos bons costumes será um bom
filho (a), um bom pai ou mãe, e um excelente cidadão.
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