sábado, 8 de março de 2014

UM POUCO DE DIGNIDADE
Prof. Mestre Ivalcy Thomaz
A quatro séculos antes de Cristo, Aristóteles declarava a importância do homem se definir como espécie vivendo em sociedade, traduzida na frase “O HOMEM É UM ANIMAL SOCIAL”.  Isso porque diferentemente de todos os outros animais, que trazem consigo uma ferramenta de defesa no seu físico, o aspecto social é a melhor maneira do homem garantir sua sobrevivência. Mas a sobrevivência humana está diretamente ligada a  sua inteligência. Por ser um animal inteligente, ele percebeu desde cedo à necessidade de criar regras para regular as relações interpessoais. Através dessas regras se afasta o risco de se viver em conflitos e cada um passa a saber o que e como cada um deve agir na  sociedade.
Fazendo um exercício mental, imagine-se os primeiros humanóides, como seria o relacionamento, sob que parâmetros a convivência se daria? Logicamente, sob a falta de regra os laços se manteriam com base na força. Mas, esse laço é muito tênue, pois a força é provisória e tende a escapar por diversos motivos.  Aqui surge a moral, regras de comportamentos que definem o agir correto em relação a valores estabelecidos pelo grupo. Deste ponto de vista, a moral é meio mais antigo pelo qual os homens guardam comprometimento em observar o comportamento adequado.
A disciplina que veio a estudar a moral é chamada de Ética. A moral é assim o objeto de estudo da Ética e essa última tem identidade e data para o seu surgimento, ela surge com os filósofos gregos, que não queriam apenas saber o comportamento prático do homem, mas se colocavam que valores humanos são desejáveis de serem praticados em todo tempo e lugar. Assim se apresentando Ética e Moral apesar de serem  tomadas  indistintamente,  são palavras com conteúdo diferente. Enquanto, a Ética se preocupa em estabelecer princípios pertinentes para uma convivência sadia e racional, a moral é o comportamento prático do homem com relação aos valores.
Pode-se destacar alguns princípios salutares para uma convivência saudável: a) Princípio do respeito ao espaço do outro – considera-se como espaço natural do ser humano o seu próprio corpo e como espaço artificial ou prolongamento do espaço natural, a sua casa e seus bens. Sendo assim, a ninguém é permitido tocar, manipular ou bulinar o corpo de quem quer que seja,  sem que o seja permitido; da mesma maneira invadir  a casa ou tomar posse de um  bem de outrem sem que o seja convidado; A imagem do outro é parte do seu corpo, a ninguém é permitido bisbilhotar inventando histórias ou bisbilhotar destruíndo a reputação do outro.
b) Princípio do respeito ao trabalho do outro – a dignidade do homem está no serviço que ele presta ao meio social. O ambiente organizado e limpo é fruto do esforço de alguém, que se esforça para mantê-lo assim. Segundo o ponto de vista de que ninguém gosta de ter o seu esforço desrespeitado, é imoral sujar ou desorganizar aquilo que está organizado.
c) Princípio dos bons costumes – A presença do outro merece respeito.  Como desejamos que assim nos tratem devemos expressar a cordialidade para com os outros: desejar ao primeiro encontro do dia, quando o caso for, bom dia! Boa noite! Boa tarde! Ao adentrar um ambiente cumprimentar as pessoas que ali estejam. Pedir “licença”. Ninguém gosta de ser tratado com grosseria, assim também não devemos fazê-lo. O  manter-se limpo e com higiene é reconhecimento de respeito, minha imagem pode causar repugnância ou repúdio, ofendendo aos outros que também devem se comportar de maneira higiênica e agradável.
d) Princípio do respeito ao patrimônio público – o espaço público é o espaço de todos nós. Ninguém deve depredar, rabiscar ou sujar aquilo que não lhe pertence. Do contrário se fere a imagem do bem estar que todos esperam e na qual se sentem bem em compartilhar. Alegar que é o Estado quem vai pagar por depredações é demonstrar desconhecimento e ignorância, pois é o dinheiro do contribuinte, do seu pai, de sua mãe, etc que sairá para repor o que foi danificado.

O conhecimento desses princípios é sinal de civilidade. O “Homem Selvagem” não faz conta disso. Irresponsável ele atropela a tudo e a todos, se colocando numa situação infantil de se achar o centro de tudo. Acredita que as regras servem apenas para os outros, que não lhe cabe assumi-las (heteronomia). Já O “Homem Civilizado” passa a certeza da segurança e da boa educação. Assume as regras sociais como sendo suas, pois entende que é o melhor para a convivência social (autonomia).  Conhecedor dos bons costumes será um bom filho (a), um bom pai ou mãe, e um excelente cidadão.  

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