sexta-feira, 6 de setembro de 2013

A LÓGICA DA INVESTIGAÇÃO “A lógica, disse o iconoclasta pensador pragmatista inglês F.S. Schiller, não passa de trivialidade técnica... boa apenas para confundir estudantes em exames e imprópria para um mundo de acaso e mudança. (....) Schiller, é claro estava condenando apenas a lógica formal. Mas seus comentários facilitaram-nos o caminho para procurar respostas através do que foi denominado a ‘lógica da investigação’, formulada por Jhon Dewey. (...) Enquanto que a lógica formal lida com as formas de argumentação, a lógica da investigação procura estabelecer os princípios que os homens devem observar a fim de chegarem a conclusões válidas. Investigar, disse Dewey, é resolver uma situação problemática. Isso requer seis etapas, que serão agora descritas num contexto escolar. a. Na concepção de Dewey, todo o pensamento é em resposta a alguma dificuldade que não pode ser superada por meio de instinto ou rotina. O estudante defronta-se com tais dificuldades o tempo todo, pois está sempre aprendendo algo novo. Suponha-se, pois, que eu sou um aluno de segundo grau estudando os acontecimentos que culminaram na II Guerra Munidial. b. Algum tempo depois, deixo de estar meramente insatisfeito. Compreendo que a matéria que estou aprendendo precisa, de algum modo, de receber um significado. Ora, se fui ensinado a pensar logicamente, não excluo minha insatisfação, mas coloco-a na forma de um problema ou uma questão a ser resolvida. Por que aconteceu a II Guerra Mundial? c. Tendo formulado o problema, devo encontrar informações para resolvê-lo. (...) O problema sugere outras áreas a serem exploradas; as informações que recolho sugerem soluções possíveis (hipóteses-grifo meu) para o problema. d. Meu próximo passo é avaliar essas possibilidades para ver até que ponto cada uma delas é compatíveis com os fatos à minha disposição e com outras hipóteses que me ocorreram. e. Passo então a testar experimentalmente as hipóteses mais promissoras, deduzindo suas conseqüências mais prováveis e verificando se essas conseqüências subsistem. f. Finalmente, coordeno as hipóteses que verifiquei objetivamente. Todas essas asserções, entretanto, são conjecturas, uma vez que informações subseqüentes, hipóteses mais amplas ou penetrantes, ou simplesmente uma reflexão mais profunda podem invalidá-las no todo ou em parte. Assim o conhecimento que adquiri é provisório. Mas, é uma base para novas investigações.... Quais as características especiais desse tipo de pensamento? Em primeiro lugar, é científico. Leva-me a definir um problema, coletar informações, propor hipóteses, predizer suas conseqüências e verificá-las experimentalmente, além de coordenar as conlusões. Em segundo lugar é crítico. Faz-me considerar possibilidades alternativas, examinar quantos fatos posso, protelar o julgamento até que os fatos tenham sido verificados, e verificar idéias com referências mais aos fatos do que às preferências pessoais. Faz-me relutar em aceitar as coisas como axiomáticas e leva-me a considerar todo o conhecimento como provisório e sujeito a revisão. Finalmente, é reflexivo. Impede-me que salte precipitadamente para as conclusões. Em vez de fazer a primeira coisa que me vem à cabeça, faço uma pausa para considerar se existem melhores alterantivas. (Kneller, George. Introdução à Filosofia da Educação. 8ed. RJ: Guanabara Koogan as. )

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